quarta-feira, janeiro 31, 2007

Um pouco de Veríssimo...

Em meio à razão... Deve haver alguma sensibilidade...
- Silêncio no estúdio... Rodando!
- Vem, vem meu garanhão...
- Já vou.
- Corta. O que houve Aloísio? a sua fala não é essa.
- Não, é q eu n estava pronto.
- Algum problema?
- Nada, nada.
- Podemos rodar?
- Vamos lá.
- Atenção. Silêncio no estúdio... Rodando!
- Vem meu garanhão...
- Sua, sua...
- Corta. E aí, Aloísio? Sua fala é "sua safadinha". Não tem grilo.
- "Sua safadinha". Tá na mão. Vamos lá.
- Atenção. Silêncio. Rodando!
- Vem, meu garanhão...
- Sua safadinha...
- Safadinha como vc gosta. Vem!
- Minutinho.
- Corta! Aloisio...
- Eu sei, eu sei. Desculpe.
- Você n diz "minutinho". Você tira as calças e deita.
- Certo.
- Qual é o galho?
- É que... Sei lá. Não consigo me concentrar.
- Depois de sua "safadinha" você não tem mais nenhuma fala. É tudo ação. Até o fim da cena. Ela diz: "oh, sim; oh, sim" mas você não diz mais nada.
- Positivo.
- Algum problema com o cinto?
- É que lea diz "meu garanhão" e...
- O quê?
- Eu acho que não vou corresponder a expectativa.
- O que é? Problemas em casa?
- Não. É tudo, entende? A situação do Brasil. A inflação. O desemprego. A dívida externa. Estou preocupado.
- Era só o que me... Você não pode ser sensitivo, Aloísio. Não no seu trabalho.
- O que éque eu vou fazer? Me preocupo.
- Vamos ter q usar o dublê.
- Acho melhor.
- Chamem o Vadão.
- Vadão, acorda Vadão!
- Estamos aí.
- Vadão, você sabe como é a cena. Você diz "sua safadinha" e pumba.
- Pumba. Pode deixar.
- Você quer tempo pra se preparar?
- O que é isso? Estou sempre preparado.
- Deus te abençoe. Vamos lá. Atenção. Silêncio no estúdio... Rodando!... Corta! o que foi Lucimar?
- O que o Aloísio falou. Fiquei nervosa.
- Olhem aqui. De hoje até terminarem as filmagens, ninguém mais nesse elenco lê jornal!

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